terça-feira, 4 de outubro de 2022

 

Para que fazer terapia?

                            Adriana Cerato Germann

     De tempos em tempos, aparece alguém buscando terapia para aumentar o autoconhecimento.  Logo começam aparecer as queixas, que costumam esconder desejos.  Quando algo ruim nos acontece, ainda não está determinado se permanecerá ruim, vai depender do que faremos a partir dele.   Alguma reciclagem no padrão do nosso modo de ser ou de reagir?  Alguma descoberta proporcionada por uma nova conexão do cérebro?

     Cada sessão de terapia pode ser uma aventura, que por vezes começa com uma coisinha e revela um manancial de energia psíquica que estava soterrado e, a partir daquele momento, fica disponível para novos investimentos em felicidade.

     Já houve pesquisa constatando a relação positiva entre pessoas mais felizes e longevidade. Entre pessoas capazes de quebrar a continuidade do estresse com criatividade, riso, espontaneidade e prazer.

     Alguns acreditam que não são capazes de mudar e buscam explicações para comprovar essa crença.  E têm razão no que dizem, porque uma crença é autoalimentada, autorreforçada e, portanto, está fadada a permanecer.  Tendemos a realizar aquilo no qual acreditamos e isso pode afetar a nossa percepção da realidade. Podemos não atinar para as  evidências de que novas oportunidades se aproximam e se afastam continuamente.  

     As nossas conclusões a respeito de tudo podem estar embasadas em traumas, que, enquanto não forem reprocessados, manterão nossas crenças limitantes congeladas em algo que já passou. Aconteceu quando éramos crianças, ou outro período,  mas seguimos justificando as dificuldades  a partir delas, recontando e revivendo uma história que não existe mais.  Um padrão.

     Algumas crenças são transmitidas de modo transgeracional, em forma de herança inconsciente, às vezes resultantes de traumas que as gerações anteriores viveram.  Os personagens da vida atual podem não ter idéia prática a respeito, mas se comportam como se eles próprios tivessem vivido.   Em muitos casos, se não houver terapia, os desígnios continuarão a ser repassados para as gerações seguintes.

     É isso que a terapia faz, liberta as pessoas de antigos padrões, que elas não querem mais carregar dentro de si, tais como acreditar, de modo profundo e rígido, que, por mais que se esforcem não alcançarão os resultados que gostariam. “Não sou capaz”, “não consigo”,  “tenho dedo podre”. É difícil perceber tudo isso quando estamos dentro do problema, mas podemos, mais adiante, sentir gratidão pelos sintomas, por terem nos perturbado o suficiente para buscarmos ajuda.

     Vivemos num dos melhores períodos em termos de quantidade de recursos para facilitar o nosso desenvolvimento.   A presença de um terapeuta especializado que acompanha e espelha para o cliente o que está acontecendo no seu processo pessoal, que lhe oferece as mais avançadas técnicas para alcançar seus objetivos e  reprocessar seus obstáculos, aliadas à sua presença segura,  fortalece a autoconfiança, e, assim,  ele pode começar a receber feedbacks mais positivos do mundo.  

 

 

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